O que é ABA e como ela é aplicada ao autismo?

No universo complexo e único do Transtorno do Espectro Autista (TEA), profissionais, estudantes de psicologia e pais compartilham uma busca comum: a procura por métodos que verdadeiramente ressoem com as particularidades dos portadores do TEA. 

Entre as opções, destaca-se uma abordagem terapêutica que vai além de uma simples sigla: a Análise do Comportamento Aplicada, carinhosamente conhecida como ABA. 

Neste artigo, vamos explorar as origens, os fundamentos e a prática da Terapia ABA, numa jornada que busca não apenas compreender, mas também se conectar de maneira significativa com o mundo do autismo. 

O que é ABA: origens e fundamentos da terapia 

A Análise do Comportamento Aplicada, em inglês, Applied Behavior Analysis (ABA) é uma ciência complexa enraizada na análise experimental do comportamento e derivada de uma pesquisa do psicólogo norte americano Burrhus Frederic Skinner na década de 60. 

Essa metodologia científica visa compreender e modificar comportamentos humanos, e mesmo não sendo desenvolvida especificamente para tratar pessoas com autismo, a sua aplicação no TEA é uma extensão natural devido ao seu potencial transformador.

Entendeu o que é ABA? Agora, vamos explorar mais a fundo esse tema fascinante!

Importância da Terapia ABA no autismo

A trajetória da ABA, inicialmente, focava na redução de comportamentos desafiadores e no estímulo à aprendizagem em crianças com distúrbios do desenvolvimento de uma forma geral.

E o ponto de virada significativo ocorreu em 1987, quando o psicólogo clínico Ivar Lovaas publicou um estudo marcante sobre o uso do método ABA no ensino de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). 

Os resultados destacaram a eficácia dessa abordagem, evidenciando que a maioria das crianças participantes autistas conseguiram se reintegrar em escolas regulares. Desde então, a ABA tem sido objeto de inúmeros estudos publicados em revistas científicas respeitáveis, tanto internacionais quanto brasileiras. 

Essas pesquisas aprofundam os diferentes aspectos das intervenções baseadas em ABA e demonstram consistentemente suas efetividades.

Assim, ao considerarmos as origens e fundamentos da Terapia ABA, percebemos que sua jornada é sustentada por décadas de estudos rigorosos e evidências científicas, consolidando-a como uma abordagem comprovada e essencial no tratamento do autismo.

TEA: definição, causas e níveis de suporte

Antes de mergulharmos na aplicação prática da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), é fundamental compreender as distinções do Transtorno do Espectro Autista (TEA). 

Definição do TEA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurobiológica que afeta o desenvolvimento e a interação social, com a presença de características como dificuldades na comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos. 

Essa definição, porém, não captura completamente a riqueza e diversidade que cada pessoa com TEA traz consigo.

Possíveis causas do TEA

As causas do TEA são multifatoriais e ainda não completamente compreendidas. Fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos interagem de maneiras complexas, contribuindo para a manifestação do transtorno. 

Pesquisas continuam a desvendar essa teoria com objetivo de proporcionar  entendimentos ainda mais valiosos para abordagens terapêuticas.

Níveis de suporte no TEA

Os níveis de suporte necessários para indivíduos com TEA variam significativamente. Desde apoio leve até necessidades mais intensivas, compreender a extensão dessas demandas é essencial. 

A personalização do suporte é fundamental para atender às necessidades específicas de cada pessoa, reconhecendo a singularidade de suas experiências e potenciais, principalmente em relação a idade e condição social.

Aplicação do método ABA no autismo

Após compreender mais sobre as complexidades do Transtorno do Espectro Autista (TEA), agora é a hora de adentrar na aplicação prática da Análise do Comportamento Aplicada (ABA). 

Princípios fundamentais e estratégias personalizadas

Como você viu, a ABA fundamenta-se em princípios sólidos para compreender e moldar comportamentos. Essa base robusta sustenta a aplicação de estratégias personalizadas, e alguma dela podem ser:

• Análise funcional do comportamento: o objetivo aqui é identificar as razões por trás de comportamentos e assim direcionar intervenções.
• Modelagem: observar a apresentação de comportamentos desejados, e incentivar a imitação e aprendizado.
• Ensino Pivotal: focar em habilidades essenciais com impacto amplo.
• Programação de ensino estruturado: “montar” ambientes organizados para facilitar a aprendizagem.

Essas são algumas das principais estratégias de aplicação da Terapia ABA em autismo, mas além dessas também existem outras mais práticas.

Reforço positivo, ferramentas valiosas e desenvolvimento global

Na prática da ABA, a ênfase na aprendizagem por consequências, especialmente no reforço positivo, também desempenha um papel crucial como estratégia para integração de autistas. 

Ainda, ferramentas valiosas, como o VB-MAPP (Vineland Adaptive Behavior Scales, Mapp of Assessing Development and Recurring Behavior), destacam-se como instrumentos essenciais. 

O VB-MAPP é uma escala que avalia habilidades verbais e sociais e fornece informações valiosas para personalizar intervenções aos portadores do espectro.

Além disso, os operantes verbais desempenham um papel central na prática da ABA, permitindo a comunicação e interação eficazes. Por exemplo, a utilização de reforços verbais positivos, como elogios específicos, pode fortalecer comportamentos desejados em crianças autistas.

A terapia vai além do âmbito acadêmico, incorporando elementos como o brincar. Esta abordagem holística promove o desenvolvimento global da criança com TEA, reconhecendo a importância do brincar como uma ferramenta vital para aprimorar habilidades sociais, cognitivas e motoras.

Abordagem centrada nas necessidades individuais

Ao ser aplicada no autismo, a ABA reforça uma abordagem centrada nas necessidades individuais. Cada componente da intervenção é meticulosamente adaptado, considerando a singularidade de cada pessoa no espectro autista, como as influências ambientais e pessoais relacionadas a eles.

Isso não apenas respeita, mas também potencializa o impacto terapêutico, proporcionando uma experiência personalizada e muito mais significativa.

Você já conhecia o método ABA e a sua aplicação em portadores de TEA? Está gostando desse conteúdo? Se a sua resposta for sim, continue a leitura para saber mais!

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Como você acompanhou neste artigo, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) se revela como uma ferramenta poderosa no acompanhamento de indivíduos no espectro autista. 

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