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Escala 6×1: o que é, qual seu impacto, vai acabar?

Você ouviu nos últimos meses sobre a discussão da escala 6×1? Essa tem sido uma pauta quente desde novembro de 2024, quando surgiu uma proposta de mudança na legislação trabalhista que pode impactar milhões de trabalhadores brasileiros. 

Atualmente, muitas pessoas trabalham seis dias seguidos e têm apenas um dia de descanso, mas isso pode estar com os dias contados.

Neste artigo, vamos explicar o que é a escala 6×1, como ela funciona, quais são seus prós e contras e se há alguma possibilidade de mudança nas leis trabalhistas em 2025. Acompanhe!

 

O que é a escala 6×1 e como ela funciona?

A escala 6×1 é um regime de trabalho no qual o profissional trabalha seis dias consecutivos e folga apenas um. Esse modelo está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e deve respeitar o limite de 44 horas semanais.

Em geral, os trabalhadores seguem jornadas diárias de 7h20 (para totalizar 44 horas na semana) ou de 8 horas diárias, com ajuste na carga horária de sábado. 

A CLT também determina que o descanso semanal deve, preferencialmente, ocorrer aos domingos, mas isso nem sempre acontece.

Outro ponto importante é o intervalo dentro do expediente:

  • Para jornadas de 4 a 6 horas, a pausa obrigatória é de 15 minutos.
  • Para jornadas acima de 6 horas, o intervalo para descanso e alimentação deve ser de 1 a 2 horas.

 

Evolução da legislação trabalhista sobre jornada de trabalho

Para entender melhor a escala 6×1, é importante conhecer a evolução da legislação trabalhista no Brasil em relação à jornada de trabalho:

infográfico_ evolução jornada de trabalho

 

Impactos da escala 6×1 na vida do trabalhador

Embora seja uma prática legalizada, a escala 6×1 pode ter impactos negativos na rotina e na saúde dos trabalhadores. Entre os principais desafios estão:

 

1. Cansaço físico e mental

Trabalhar seis dias seguidos com apenas um dia de descanso pode levar a um acúmulo de estresse e fadiga. 

A International Stress Management Association (Isma-BR) aponta que o Brasil é o segundo país do mundo com mais casos de burnout, atrás apenas do Japão e um dos fatores que contribuem para isso é a sobrecarga de trabalho.

 

2. Dificuldade de conciliar vida pessoal e profissional

Muitos trabalhadores não têm folgas fixas aos domingos, o que pode dificultar a convivência familiar e a realização de atividades pessoais. Para quem tem filhos, por exemplo, a falta de tempo livre nos fins de semana pode ser um grande desafio.

 

3. Redução da produtividade

O descanso adequado é fundamental para manter a produtividade e a qualidade do trabalho. Funcionários que trabalham sob uma carga excessiva tendem a cometer mais erros, apresentar menor engajamento e ter dificuldades de concentração.

Uma pesquisa da consultoria Gartner em 2023, revelou que o descanso pode aumentar a produtividade em até 26%. 

Além disso, 93% dos líderes de Recursos Humanos estão mais preocupados com o esgotamento dos funcionários, reconhecendo que pausas adequadas são essenciais para manter o desempenho e o bem-estar no ambiente de trabalho.

Para ilustrar a relação entre carga horária e produtividade, confira o gráfico abaixo:

gráfico representativo_ carga horária x produtividade

Gráfico representativo da relação entre carga horária e produtividade, baseado na pesquisa da Gartner (2023). Produzido por Realizzare Cursos.

 

A escala 6×1 pode acabar?

A discussão sobre a escala 6×1 ainda tem propostas significativas em andamento. Em 2024, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) visando reduzir a jornada de trabalho para quatro dias por semana, totalizando 36 horas semanais, sem redução salarial. 

A proposta sugere a substituição da escala 6×1 por um modelo 4×3, onde o trabalhador teria três dias de descanso após quatro dias de trabalho.

A PEC alcançou o número necessário de assinaturas para tramitar na Câmara dos Deputados e aguarda análise nas comissões pertinentes. 

A medida tem gerado debates intensos entre parlamentares, entidades sindicais e representantes patronais. 

Enquanto alguns defendem que a redução da jornada pode melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e aumentar a produtividade, outros argumentam que a mudança poderia elevar os custos operacionais para as empresas e impactar negativamente a economia.

Uma pesquisa do Datafolha divulgada em dezembro de 2024 revelou que 64% dos brasileiros são favoráveis ao fim da escala 6×1.

Até o início de fevereiro de 2025, a proposta ainda está em tramitação no Congresso Nacional, sem uma definição concreta. No entanto, especialistas apontam que a crescente adesão popular e a pressão dos sindicatos podem acelerar o andamento da PEC

Empresários e legisladores continuam debatendo possíveis ajustes no texto para garantir um equilíbrio entre qualidade de vida dos trabalhadores e viabilidade econômica para as empresas. 

Ainda não há previsão exata para a votação final, mas há indicativos de que o tema possa ganhar prioridade na agenda legislativa nos próximos meses. 

 

Alternativas para a escala 6×1

Diante das críticas ao modelo atual, algumas empresas já testam alternativas, como:

 

1. Escala 5×2

A escala 5×2 é a mais comum no Brasil, adotada pela maioria das empresas e setores. Nela, o trabalhador tem dois dias consecutivos de descanso, geralmente aos sábados e domingos, o que permite maior recuperação física e mental.

 

2. Semana de 4 dias

Uma tendência crescente é a adoção da semana de trabalho reduzida para quatro dias, o que já tem sido testado em países como Reino Unido, Islândia e Japão. 

No Brasil, empresas como Zee.Dog e NovaHaus vêm implementando projetos-piloto desde 2018 para avaliar os impactos dessa mudança na produtividade e satisfação dos funcionários.

 

3. Banco de horas

Empresas que adotam esse sistema permitem que os funcionários acumulem horas extras para tirar folgas compensatórias, oferecendo maior flexibilidade. 

Algumas empresas do setor varejista e de serviços já utilizam esse modelo, permitindo aos colaboradores melhor conciliação entre vida profissional e pessoal.

 

Conclusão

A escala 6×1 continua sendo uma realidade para muitos trabalhadores brasileiros, especialmente em setores como comércio, indústrias, serviços de telemarketing, turismo, restaurantes e redes de supermercados. 

Esses segmentos dependem desse modelo para manter suas operações contínuas e atender à alta demanda de clientes ao longo da semana. No entanto, não está isenta de críticas e desafios.

Os impactos na saúde física e mental são motivos de preocupação, e a discussão sobre novas formas de organização do trabalho segue em pauta.

Independentemente do regime de trabalho, buscar qualificação profissional é essencial para conquistar melhores oportunidades. 

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