Elisa: o que é e como funciona
O diagnóstico de doenças é um tema de interesse crescente, especialmente à medida que a medicina avança e novas tecnologias emergem para tornar os testes mais precisos e acessíveis.
Um desses avanços é o método ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), uma técnica amplamente utilizada em laboratórios para detectar e quantificar substâncias, como anticorpos, antígenos e proteínas.
Se você está lendo este artigo, é provável que já tenha ouvido falar do ELISA, seja por interesse em biotecnologia, diagnóstico ou saúde pública.
Essa técnica é uma das mais confiáveis e utilizadas no campo da saúde, desempenhando um papel importante na detecção precoce de doenças, contribuindo para diagnósticos mais rápidos e eficientes.
Mas como, exatamente, o ELISA funciona? E por que ele é tão amplamente utilizado em laboratórios? Neste artigo, vamos explorar o funcionamento dessa metodologia e seus principais benefícios no diagnóstico clínico, mostrando como ela facilita o trabalho de profissionais da saúde em várias áreas.
O que é o Método ELISA?
O ELISA é um teste imunológico bioquímico que, como o nome sugere, está ligado a uma reação enzimática. Este método é utilizado para detectar a presença de anticorpos ou antígenos em uma amostra, sendo uma ferramenta indispensável na medicina diagnóstica, pesquisa biomédica e no desenvolvimento de vacinas.
Na prática, o método ELISA pode ser pensado como um tipo de “detetive” em busca de pistas. Essas pistas são os antígenos (substâncias estranhas ao organismo, como vírus, bactérias ou toxinas) ou anticorpos (produzidos pelo sistema imunológico para combater os invasores).
O método funciona através da ligação entre esses anticorpos e antígenos, criando uma reação que é detectada visualmente, geralmente pela mudança de cor.
Como o ELISA funciona?
Agora que já sabemos o que é, vamos entender passo a passo como realmente funciona.
1. Preparo da amostra
O primeiro passo do ELISA é o preparo da amostra, que pode ser sangue, urina, saliva ou até mesmo tecidos. Essa amostra é colocada em uma placa de microtitulação, que contém vários poços, onde ocorrem as reações.
2. Adição do antígeno ou anticorpo
Dependendo do tipo de teste, o antígeno ou anticorpo específico é adicionado aos poços da placa. No caso de detecção de doenças, por exemplo, se queremos verificar a presença de anticorpos contra uma doença, adicionamos o antígeno correspondente.
3. Ligação e lavagem
O próximo passo envolve a ligação do anticorpo ao antígeno. Após essa etapa, o excesso de substâncias não ligadas é lavado, garantindo que o resultado final seja preciso.
4. Adição de um anticorpo secundário com enzima
Um anticorpo secundário, que se liga ao anticorpo primário, é adicionado. Esse anticorpo secundário tem uma enzima que, quando ativada, gera uma reação detectável.
5. Reação enzimática e detecção
Finalmente, é adicionada uma substância que reage com a enzima do anticorpo secundário, produzindo uma mudança de cor. A intensidade dessa cor está relacionada diretamente à quantidade de antígeno ou anticorpo presente na amostra.
Esses cinco passos podem parecer técnicos, mas o importante aqui é entender que o método ELISA é extremamente sensível, permitindo detectar até mesmo pequenas quantidades de substâncias em uma amostra.
Isso o torna valioso em áreas como diagnóstico precoce de doenças infecciosas, controle de qualidade em vacinas e até mesmo na pesquisa sobre novos medicamentos.
Tipos de Testes ELISA
Existem diferentes variações do teste ELISA, cada uma adaptada para finalidades específicas. As mais comuns são:
ELISA Direto
Nesse método, o antígeno é fixado diretamente à superfície do poço e detectado por um anticorpo ligado a uma enzima. É simples, mas pode ser menos sensível em comparação com outros tipos.
ELISA Indireto
Aqui, o antígeno é detectado por dois anticorpos – o anticorpo primário que se liga ao antígeno e o secundário que se liga ao primário. Esse tipo é mais sensível e frequentemente usado para detectar a presença de anticorpos no sangue.
ELISA Sandwich
Neste formato, dois anticorpos são utilizados para “sanduichar” o antígeno. É muito utilizado para detectar antígenos específicos, e devido à sua precisão, é o mais indicado para diagnósticos clínicos.
ELISA Competitivo
Nesse caso, há uma competição entre o antígeno da amostra e um antígeno marcado (normalmente com uma enzima) para se ligar ao anticorpo. Quanto mais antígeno presente na amostra, menor será a ligação do antígeno marcado, o que resulta em uma menor intensidade de cor.
Aplicações do ELISA
O ELISA é uma técnica extremamente versátil. Vamos explorar algumas das suas principais aplicações, mostrando como ela está presente em diversos campos da saúde e da biotecnologia:
Diagnóstico de Doenças Infecciosas
Uma das principais utilizações do método ELISA é no diagnóstico de doenças como HIV, hepatite e COVID-19. Ele permite identificar a presença de anticorpos específicos no sangue, indicando se a pessoa já foi exposta ao patógeno.
Controle de Qualidade em Laboratórios
No desenvolvimento de vacinas, o ELISA é usado para garantir que as vacinas sejam eficazes e seguras, detectando a presença de antígenos ou anticorpos nos produtos.
Pesquisa em Imunologia
O ELISA é amplamente utilizado na pesquisa imunológica para entender melhor como o corpo responde a infecções e como novas terapias podem ser desenvolvidas.
Diagnóstico de Alergias
Para quem sofre de alergias, o ELISA pode identificar os anticorpos responsáveis pelas reações alérgicas, ajudando no diagnóstico e tratamento adequado.
Leia também: O que são Redes de Atenção à Saúde e qual a sua importância?
Vantagens e Desvantagens do ELISA
Como toda técnica, o método ELISA tem seus pontos fortes e limitações.
Vantagens
- Alta Sensibilidade e especificidade
- Relativamente simples e rápido
- Versatilidade
Desvantagens
- Embora raro, o ELISA pode, em algumas situações, gerar resultados não conclusivos.
- Para realizar o ELISA de forma adequada, é necessário ter equipamentos e reagentes específicos.
Embora o ELISA apresente grandes vantagens em termos de sensibilidade e versatilidade, é importante considerar suas limitações e garantir que os procedimentos sejam executados com o devido cuidado para obter resultados precisos e confiáveis.
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